Advogada denuncia cartilha que ataca Bolsonaro e super-ricos
Amanda Marques falou sobre cartilha que faz ataques diretos ao presidente e promove campanha contra ricos
A advogada Amanda Marques denunciou, por meio de suas redes sociais, uma cartilha distribuída a alunos da rede pública do Distrito Federal que faz ataques aos chamados “super-ricos” e ao presidente Jair Bolsonaro. Com tirinhas de uma personagem chamada Niara, o livreto promove uma campanha para tributar os mais ricos e faz oposição aberta ao chefe do Executivo.
Em um vídeo publicado na última terça-feira (26), Amanda mostrou trechos da cartilha e declarou que a apresentação desse tipo de conteúdo aos estudantes é um absurdo. A advogada protestou contra o conteúdo dizendo que “adolescentes vão para a escola para aprender conteúdo e não para serem manipulados por esse tipo de material”.
Em outro momento do vídeo, Amanda expês um trecho do livreto que afirma que é hora de “sermos todos Robin Hood”, nome do personagem que roubava da nobreza para dar aos pobres. Segundo ela, tal afirmação reforça o ensino de que “todo rico é ladrão”.
– É isso que estão querendo dizer para o seu filho – ressaltou.
A cartilha apresenta também, mais de uma vez, os personagens da tirinha segurando faixas com os dizeres “Fora, Bozo”. Além disso, o próprio presidente da República é representado com uma feição aterrorizante, com os olhos esbugalhados e vermelhos. Ainda é dito no livreto que “grandes fortunas nunca pagarão impostos com Bolsonaro”.
Com a repercussão do vídeo, a publicação foi compartilhada pela deputada distrital Júlia Lucy (União Brasil), que pediu esclarecimentos à Secretaria de Educação do DF. A pasta, por sua vez, disse que a cartilha foi distribuída por um professor de sociologia, “sem o conhecimento da direção da escola, da Coordenação Regional de Ensino, nem da Subsecretaria de Ensino Básico”.
– A Secretaria de Educação tomou conhecimento da distribuição de uma cartilha com apologia política no Centro de Ensino Médio da Asa Norte (Cean) e encaminhou o caso imediatamente à Corregedoria. A referida cartilha não só faz oposição aberta ao atual presidente da República como promove uma dirigente sindical que se declara pré-candidata ao governo do Distrito Federal – disse.
A pasta ainda afirmou repudiar o ato e informou “que não permitirá proselitismo político de nenhuma espécie nas escolas públicas do DF”. Por fim, a secretaria ressaltou que “fará cumprir fielmente o Regimento da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal”. Em um dos pontos, a norma proíbe a “apologia à política partidária no interior da unidade escolar”.
De acordo com o site Metrópoles, houve uma reunião no colégio com o objetivo de discutir o caso. Segundo a ata do encontro, assinada pelos gestores da escola, o material teria sido confeccionado pelo Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF).
O professor responsável pela distribuição da cartilha, por sua vez, teria dito que o item foi usado em aula como complemento, aproveitando dados e números do conteúdo de desigualdade e concentração de renda. Na ata, ainda foi informado que, após a reunião, o professor se comprometeu a recolher o material para não infringir a legislação.